Modo inadequado de usar internet e dispositivos digitais moveis ocasionam síndromes.
Pessoas de todas as idades e de estratos socioeconômicos estão cada vez mais aparelhados
de iPhones, tablets, e notebooks.
Psiquiatras
e psicólogos recebem queixas frequentes em seus consultórios de pais preocupados
com o isolamento social de seus filhos e dos baixos rendimentos escolares.
Os
vínculos afetivos estão condensados em laços momentâneos. Nada é para durar
nesse mundo de aparência e fragilizado.
Os
relacionamentos desintegram por entre os dedos feito água.
Diante de um self-service de informações virtuais, as
pessoas parecem estar hipnotizadas, literalmente!. A janela da alma agora tem um novo formato, a medida que as tecnologias invadem de modo progressivo as rotinas de nossas vidas. Não se olham mais nos olhos...A vida agora passa pela tela. Uma nova identidade, uma nova mascara agora disfarça o antigo medo da solidão.
"Vida louca vida, vida breve" (Cazuza).
O uso obsessivo desse novo aparato tecnológico trouxe alguns males e a "falsa sensação de estar viva na multidão" relata a universitária Sheila Rocha.
As redes sociais agora ditam uma nova configuração das relações afetivas e segundo estudiosos causam a chamada depressão
de Facebook. Devemos estar alertas para o novo adoecimento causado pela dependência da internet. O vídeo abaixo nos mostra o quanto estamos deixando o contato direto e vivendo novas versões de aflições.
Depressão do Facebook
O
que é: a depressão causada por interações sociais (ou a falta de) no Facebook.
Os
seres humanos são criaturas sociais. Então você pode pensar que o aumento da
comunicação facilitada pelas mídias sociais faria todos nós mais felizes e mais
contentes. Na verdade, o oposto é que parece ser verdade.
Um
estudo da Universidade de Michigan mostra que o grau de depressão entre jovens
corresponde diretamente ao montante de tempo que eles gastam no Facebook.
Uma
possível razão é que as pessoas tendem a postar apenas as boas notícias sobre
eles mesmos na rede social: férias, promoções, fotos de festas, etc. Então é
super fácil cair na falsa crença de que todos estão vivendo vidas muito mais
felizes e bem-sucedidas que você (quando isso pode não ser o caso).
Tenha
em mente que esse crescimento da interação das mídias sociais não tem que levar
ao desespero.
O
Dr. Rosen também conduziu um estudo sobre o estado emocional dos usuários do
Facebook e identificou que, enquanto realmente há uma relação entre o uso do
Facebook e problemas emocionais como depressão, os usuários que possuem um
grande número de amigos na rede social mostraram ter menor incidência de tensão
emocional.
Isso
é particularmente verdade quando o uso da mídia social é combinado com outras
formas de comunicação, como falar ao telefone.
Moral
da história: 1) não acredite em tudo o que seus amigos postam no Facebook e 2)
pegue o telefone de vez em quando.
Transtorno
de Dependência da Internet
O
que é: uma vontade constante e não saudável de acessar a Internet.
O
Transtorno de Dependência da Internet (por vezes referido como Uso Problemático
da Internet) é o uso excessivo e irracional da Internet que interfere na vida
cotidiana. Os termos “dependência” e “transtorno” são um pouco controversos na
comunidade médica, já que a utilização compulsiva da Internet é vista
frequentemente como sintoma de um problema maior, em vez de ser considerada a
própria doença.
“Diagnósticos
duplos fazem parte de tratamentos, de modo que o problema está associado a
outras doenças, como depressão, TOC, Transtorno de Déficit de Atenção e
ansiedade social”, diz a Dra. Kimberly Young. A médica é responsável pelo
Centro de Dependência da Internet, que trata de inúmeras formas de dependência
à rede, como o vício de jogos online e jogos de azar, e vício em cibersexo.
Além
disso, ela identificou que formas de vício de Internet geralmente podem ser
atribuídas a “baixa autoestima, baixa autossuficiência e habilidades ruins”.
Vício
de jogos online
O
que é: uma necessidade não saudável de acessar jogos multiplayer online.
De
acordo com um estudo de 2010 financiado pelo governo da Coreia do Sul, cerca de
18% da população com idades entre 9 e 39 anos sofrem de dependência de jogos
online. O país inclusive promulgou uma lei chamada “Lei Cinderela”, que corta o
acesso a games online entre a meia-noite e às 6 da manhã para usuários com menos
de 16 anos em todo o país.
Embora
existam poucas estatísticas confiáveis sobre o vício em videogames nos
Estados Unidos, o número de grupos de ajuda online especificamente destinados a
essa aflição aumentou nos últimos anos. Exemplos incluem o Centro para Viciados
em Jogos Online e o Online Gamers Anonymous, que formou o seu próprio programa
de recuperação de 12 passos.
Embora
a atual edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders não
reconheça o vício em jogos online como um transtorno único, a Associação
Psiquiátrica Americana decidiu incluí-lo em seu índice (ou seção III), o que
significa que estará sujeito a mais pesquisa e pode eventualmente ser incluído
junto a outras dependências não baseadas em substâncias químicas, como o vício em
jogos de azar.
“Quando
você é dependente de algo, seu cérebro basicamente está informando que precisa
de certas substâncias neurotransmissoras, particularmente a dopamina e a
serotonina, para se sentir bem”, diz o Dr. Rosen. “O cérebro aprende rapidamente
que certas atividades vão liberar essas substâncias químicas. Se você é um
viciado em jogos de azar, tal atividade é o jogo. Se você é um viciado em jogos
online, então a atividade é jogar videogames. E a necessidade de receber os
neurotransmissores exige que você faça repetidamente a atividade para se sentir
bem.”
Nomophobia
O
que é: a ansiedade que surge por não ter acesso a um dispositivo móvel. O termo
“Nomophobia” é uma abreviatura de “no-mobile phobia” (medo de ficar sem
telefone móvel).
Sabe
aquela horrível sensação de estar desconectado quando acaba a bateria do seu
celular e não há tomada elétrica disponível? Para alguns de nós, há um caminho
neural que associa diretamente essa sensação desconfortável de privação
tecnológica a um tremendo ataque de ansiedade.
A
nomophobia é o aumento acentuado da ansiedade que algumas pessoas sentem quando
são separadas de seus telefones. E não se engane, pois não se trata de um
#FirstWorldProblem (problema de primeiro mundo). O distúrbio pode ter efeitos
negativos muito reais na vida das pessoas no mundo todo. E é mais intenso nos
heavy users de dispositivos móveis
Tanto
que essa condição encontrou seu caminho na mais recente edição do Diagnostic
and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5, ou Manual Diagnóstico e
Estatístico de Distúrbios Mentais) e levou a um programa de tratamento dedicado
à Nomophobia no Centro de Recuperação Morningside em Newport Beach, Califórnia.
“Estamos
condicionados a prestar atenção às notificações dos nossos telefones”, disse
Rosen. “Somos como os cães de Pavlov, de certa forma. Você vê as pessoas
pegarem seus celulares e dois minutos depois fazerem a mesma coisa, mesmo que
nada tenha ocorrido. Isso é impulsionado pela ação reflexa, bem como pela
ansiedade para se certificar de que não ter perdido nada. É tudo parte da
reação FOMO (Fear Of Missing Out, ou medo de estar perdendo algo).”
Síndrome
do toque fantasma
O
que é: quando o seu cérebro faz com que você pense que seu celular está
vibrando no seu bolso (ou bolsa, se você preferir).
Alguma
vez você já tirou o telefone do bolso porque o sentiu tocar e percebeu depois
que ele estava no silencioso o tempo todo? E, ainda mais estranho, ele nem
estava no seu bolso para começo de conversa? Você pode estar delirando um
pouco, mas não está sozinho.
Segundo
o Dr. Larry Rosen, autor do livro iDisorder, 70% dos heavy users (usuários
intensivos) de dispositivos móveis já relataram ter experimentado o telefone
tocando ou vibrando mesmo sem ter recebido nenhuma ligação. Tudo graças a
mecanismos de resposta perdidos em nossos cérebros.
“Provavelmente
sempre sentimos um leve formigamento no nosso bolso. Há algumas décadas nós
teríamos apenas assumido que isso era uma leve coceira e teríamos coçado”, diz
Rosen em entrevista ao TechHive.
“Mas
agora, nós configuramos o nosso mundo social para girar em torno dessa pequena
caixa em nosso bolso. Então, sempre que sentimos um formigamento, recebemos uma
explosão de neurotransmissores do nosso cérebro que podem causar tanto
ansiedade quanto prazer e nos preparam para agir. Mas ao invés de achar que é
uma coceira, reagimos como se fosse o telefone que temos que atender
prontamente”, completa.
No
futuro, com a computação vestível, há o risco da doença evoluir para novas
formas, como, por exemplo, usuários de Google Glass começarem a ver coisas que
não existem porque seu cérebro está ligado a sinais típicos do aparelho.
Náusea
Digital (Cybersickness)
O
que é: a desorientação e vertigem que algumas pessoas sentem quando interagem
com determinados ambientes digitais.
A
última versão do iOS, sistema operacional móvel da Apple, é uma reivenção
plana, versátil e bonita da interface do usuário móvel. Infelizmente, ela
também faz as pessoas vomitarem e forneceu o mais recente exemplo da doença.
Assim
que a nova versão do iOS foi liberada para os usuários de iPhone e iPad no mês
passado, os fóruns de suporte da Apple começaram a encher com reclamações de
pessoas que sentem desorientação e náuseas depois de usar a nova interface.
Isso
tem sido atribuído em grande parte ao efeito que faz com que os ícones e a tela
de abertura pareçam estar se movendo dentro de um mundo tridimensional abaixo
do visor de vidro.
Essas
tonturas e náuseas resultantes de um ambiente virtual foram apelidadas de
ciberdoença. O termo surgiu na década de 1990 para descrever a sensação de
desorientação vivida por usuários iniciais de sistemas de realidade virtual. É
basicamente o nosso cérebro sendo enganado e ficando enjoado por conta da
sensação de movimento quando não estamos realmente nos movimentando.
Cibercondria,
ou hipocondria digital.
O
que é: a tendência de acreditar que você tem doenças sobre as quais leu online.
O
corpo humano é um magnífico apanhado de surpresas que constantemente nos
presenteia com dores misteriosas, aflições e pequenos inchaços que não estavam
ali da última vez que verificamos. Na maioria das vezes, essas pequenas
anormalidades não dão em nada.
Mas
os vastos arquivos de literatura médica disponíveis online permitem que a nossa
imaginação corra solta em todos os tipos de pesadelos médicos!
Teve
uma dor de cabeça? Provavelmente não é nada. Mas, de novo, a WebMD diz que
essas dores de cabeça são um dos sintomas de tumor no cérebro. Há uma chance de
você morrer muito em breve! É esse o tipo de pensamento que passa pela cabeça
de um cibercondríaco – que juntam fatores médicos para chegar às piores
conclusões possíveis.
E
isso está longe de ser incomum. Em 2008, um estudo da Microsoft descobriu que
autodiagnósticos feitos a partir de ferramentas de busca online geralmente
levam os “buscadores aflitos” a concluir o pior. A hipocondria sempre existiu,
claro, mas antes as pessoas não tinham a Internet para ajudar a pesquisar
informações médicas às três da manhã. A Cibercondria é apenas uma hipocondria
com conexão banda larga.
“A
Internet pode exacerbar os sentimentos existentes de hipocondria e, em alguns
casos, causar novas ansiedades. Porque há muita informação médica lá fora, e
algumas são reais e válidas e outras contraditórias”, disse o Dr. Rosen. “Mas,
na Internet, a maioria das pessoas não pratica a leitura literal da informação.
Você pode encontrar uma maneira de transformar qualquer sintoma em milhares de
doenças terríveis. Você alimenta essa sensação de que está ficando doente.”
O
efeito Google
O
que é: a tendência do cérebro humano de reter menos informação porque ele sabe
que as respostas estão ao alcance de alguns cliques.
Graças
à Internet, um indivíduo pode facilmente acessar quase toda a informação que a
civilização armazenou ao longo de toda sua vida. Acontece que essa vantagem
acabou alterando a forma como nosso cérebro funciona.
Identificada
algumas vezes como “The Google Effect” (ou efeito Google) as pesquisas mostram
que o acesso ilimitado à informação faz com que nossos cérebros retenham menos
informações. Ficamos preguiçosos. Em algum lugar do nosso cérebro está o
pensamento “eu não preciso memorizar isso porque posso achar no Google mais
tarde”.
Segundo
o Dr. Rosen, o Efeito Google não é necessariamente uma coisa ruim. Ele poderia
ser visto como o marco de uma mudança social, uma evolução que apontaria para o
nascimento de uma população mais esperta e mais informada. Mas também é
possível, admite ele, que tenha resultados negativos em certas situações. Por
exemplo, um jovem adolescente não memorizar a matéria das provas porque ele
sabe que a informação estará no Google quando ele precisar, diz o médico.
O
médico Leandro Gomide, recomenda procedimentos essenciais para evitar leões
provenientes dos excessos. “Limitar o tempo de uso é o primeiro passo. Manter
uma postura correta, fortalecer a musculatura dos membros superiores e
inferiores, e fortalecer a musculatura paravertebral e abdominal”.
Para Albert Einstein, nos tornaríamos uma geração de idiotas, quando a tecnologia superasse o contato entre as pessoas.
''tenho medo no dia em que a tecnologia superar o contato entre as pessoas, pois será uma geração de idiotas''.
Fontes: